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Trigo em SC registra queda de preços e safra 2025/26 terá produção menor

Agronegócio Catarinense: Análise de Julho e Perspectivas para a Safra 2025/26

Por Jornal Liberdade 12 min de leitura

O agronegócio de Santa Catarina enfrentou um mês de julho com desafios, como a queda de preços em diversas culturas, mas também com resultados positivos em produção. As informações foram divulgadas no Boletim Agropecuário de agosto de 2025, uma publicação mensal do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa).


Trigo

O preço médio da saca de 60 kg do trigo registrou uma queda de 0,75% em julho, fechando a R$ 75,26. A retração é atribuída ao período de entressafra e à concorrência com o cereal importado, especialmente da Argentina. A safra 2025/26, com plantio 100% concluído em uma área 17,5% menor, tem projeção de produção de 359,8 mil toneladas, uma redução de 16,77% em relação ao ciclo anterior. O analista da Epagri/Cepa, João Rogério Alves, explica que os baixos preços desestimularam os produtores, que priorizam culturas com maior rentabilidade, como soja e milho.


Feijão

O feijão também teve recuo nos preços em julho. O tipo carioca caiu 8,42%, para R$ 145,39 por saca, e o preto teve uma leve redução de 0,14%, fechando a R$ 124,45. Apesar disso, a safra 2024/25 foi positiva, com produção total de 129 mil toneladas, 14% acima do ciclo anterior.


Milho

Apesar da colheita recorde de 2,7 milhões de toneladas, a maior já registrada no estado, o preço do milho em Santa Catarina caiu 3,9% em julho. A queda foi influenciada pela segunda safra brasileira e pelas expectativas de safra robusta nos Estados Unidos.


Soja

O preço médio da soja recuou 0,6% em julho, fechando a R$ 122,36 por saca. No entanto, o início de agosto já mostrou uma reação nas cotações. A safra 2024/25 do estado cresceu 18,59% e atingiu 3,3 milhões de toneladas, um resultado impulsionado pelo aumento da produtividade.


Hortaliças e Alho

O preço do alho no atacado caiu 10,27% em agosto, um movimento esperado com a entrada da produção do Centro do País. Em Santa Catarina, a estimativa é de uma safra de 7,57 mil toneladas, com as lavouras em boas condições. As importações brasileiras do produto, no entanto, cresceram 3,18% no acumulado do ano.

A cebola no atacado também teve uma queda de 10,73% em julho. O plantio da safra 2025/26 no estado já alcança 72% da área prevista, com bom desenvolvimento das lavouras.


Proteínas Animais

O preço do boi gordo em Santa Catarina recuou 3,3% nas primeiras semanas de agosto. A principal razão é a tarifa adicional de 40% imposta pelos Estados Unidos à carne bovina brasileira, que pressiona os preços internos.

As exportações de carne de frango de Santa Catarina cresceram 25,2% em julho, totalizando 95,4 mil toneladas. Apesar da recuperação, o volume ainda é 7,5% menor que o de julho de 2024, reflexo do embargo temporário de alguns países após um caso de influenza aviária no Rio Grande do Sul.

As exportações de carne suína caíram 7,7% em julho, mas o acumulado de janeiro a julho de 2025 registrou um recorde histórico, com 433,5 mil toneladas exportadas.


Lácteos

As exportações de lácteos de Santa Catarina caíram 52% em julho. O preço do leite pago ao produtor também recuou de R$ 2,59/litro em junho para R$ 2,56 em julho, e a tendência de queda se manteve no início de agosto. O saldo comercial do setor é deficitário, com importações lideradas por queijos e leite em pó da Argentina e Uruguai.