Fiesc recebe com cautela retirada da tarifa americana de parte dos produtos
Medida não contempla itens do setor de madeira e móveis, forte em diferentes municípios da região
Por Da Redação 7 min de leitura
Exclusão de segmentos deixa de fora parte essencial da estrutura exportadora do Estado
A retirada da tarifa de 40% sobre 238 produtos brasileiros pelos Estados Unidos foi recebida com cautela em Santa Catarina. Apesar de representar um gesto positivo nas negociações bilaterais, a medida não contempla itens de madeira e móveis, cujo setor é forte em diferentes municípios do Planalto Norte.
A Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) reforça que a exclusão desses setores deixa de fora parte essencial da estrutura exportadora do Estado. “Vemos a decisão como um passo importante, mas é preciso destacar que a lista envolve majoritariamente itens primários. Santa Catarina, porém, exporta para os Estados Unidos principalmente produtos industrializados”, afirma o presidente da entidade, Gilberto Seleme.
Empregos
Ele destaca que produtos de madeira e móveis – que respondem por 37,3% das exportações catarinenses para o mercado norte-americano – continuam sujeitos às sobretaxas impostas pelos EUA. Sem mudança para madeira, móveis e outros bens industrializados, os efeitos negativos continuam se acumulando. Segundo estudo da Fiesc, se as tarifas forem mantidas, Santa Catarina pode perder 19 mil empregos em um ano e até 45 mil em três anos. Os setores mais atingidos são madeira, peças automotivas, equipamentos elétricos e móveis.
A retração já se manifesta nos números recentes da indústria. Em agosto e setembro, o estado registrou o fechamento de 1,7 mil vagas no setor de madeira, 562 em móveis, 446 em máquinas e equipamentos e 313 na metalurgia.
“desTarifaço”
Desde o início da imposição das sobretaxas, a Fiesc atua em conjunto com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) por meio do programa desTarifaço, que oferece:
-Apoio para obtenção de crédito e benefícios governamentais;
-Consultoria para abertura de novos mercados e adequação de produtos;
-Orientação jurídica em questões trabalhistas e negociações sindicais;
-Qualificação de funcionários inativos;
-Acolhimento e requalificação de trabalhadores demitidos.
