Ministério Público apura erro em imunização de recém-nascidos na região
Onze crianças receberam soro antibotrópico, utilizado no tratamento de picadas de cobra
Por Da Redação 9 min de leitura
Promotor determinou a coleta de informações iniciais, com prazo de 10 dias para resposta
Após 11 crianças serem vacinadas de forma equivocada no Hospital Santa Cruz de Canoinhas, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) instaurou um procedimento para apurar o caso, por meio da 4ª Promotoria de Justiça da Comarca, após a veiculação de notícias sobre o incidente. O promotor Leonardo Lorenzzon determinou a coleta de informações iniciais junto ao hospital, à Prefeitura e à Gerência Regional de Saúde, com prazo de 10 dias para resposta.
Consta no procedimento administrativo do MPSC que os recém-nascidos receberam, por engano, soro antibotrópico, utilizado no tratamento de picadas de cobra, no lugar da vacina contra hepatite B, que é obrigatória nas primeiras horas de vida.
Segundo informações divulgadas pela imprensa, profissionais da unidade hospitalar teriam confundido os frascos devido à similaridade da embalagem, e doses do soro contra picada de cobra foram aplicadas no lugar da vacina da hepatite B. Até o momento, nenhum dos bebês apresentou reações ou complicações de saúde.
Esclarecimentos
Entre os esclarecimentos solicitados ao Hospital Santa Cruz estão a data do ocorrido, o modo de armazenamento dos frascos de medicamentos, a identificação e qualificação dos profissionais envolvidos, a comunicação aos conselhos de classe, o relatório sobre a situação de saúde dos bebês afetados e as providências adotadas para evitar novos erros.
Para a Gerência Regional de Saúde, o MPSC solicitou informações sobre se o órgão tomou conhecimento dos fatos e quais foram as providências adotadas.
A 4ª Promotoria de Justiça também requisitou informações sobre a eventual existência de convênio entre o hospital e a Prefeitura, bem como os mecanismos de fiscalização adotados pela administração pública local.
“O objetivo é reunir elementos que permitam avaliar a pertinência de evolução deste procedimento para inquérito civil ou adotar medidas judiciais cabíveis”, afirmou o promotor Leonardo Lorenzzon no despacho de instauração.
Diferenças
A vacina contra hepatite B é aplicada em recém-nascidos nas primeiras 12 horas de vida para prevenir a infecção pelo vírus da hepatite B, que pode causar doenças hepáticas crônicas.
Já o soro antiofídico é um tratamento de emergência utilizado para neutralizar os efeitos do veneno de cobras peçonhentas, como jararaca, jararacuçu, entre outras. Sua aplicação é restrita a casos específicos e pode causar reações adversas se administrado de forma inadequada.