Hidrovia do Rio Tocantins: Ibama autoriza processo de derrocamento do Pedral do Lourenço
Para o Ministério de Portos e Aeroportos, a licença ambiental concedida pelo órgão contribui para o desenvolvimento socioeconômico do Centro-Norte do país
Por Jornal Liberdade 11 min de leitura
Considerada uma das principais vias de transporte sustentável entre o Centro-Oeste e o Norte do Brasil, a hidrovia do Rio Tocantins passará por um processo de derrocamento – que consiste na remoção de rochas do leito do rio com o intuito de adequar sua largura e profundidade para a atividade fluvial.
O processo foi autorizado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na segunda-feira (26). A licença ambiental concedida pelo órgão deverá viabilizar a navegabilidade neste canal.
De acordo com o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor), a iniciativa permite intervenções em alguns trechos para efetivar o derrocamento do chamado Pedral do Lourenço. Trata-se de uma formação rochosa no fundo do rio que restringe a passagem segura de embarcações de carga.
Segundo o ministro Silvio Costa Filho, a medida é vista com um “marco histórico”, já que essa decisão deverá contribuir para o desenvolvimento socioeconômico do Centro-Norte do país. Para ele, a determinação também vai ajudar a minimizar a emissão de gases de efeito estufa.
“O desenvolvimento de hidrovias é o principal meio para cumprir o Acordo de Paris. É uma excelente notícia para o Brasil e para os brasileiros, especialmente em ano de COP 30, quando os olhos do mundo estarão voltados para o estado do Pará”, destaca.
“Após mais de 10 anos, nós conseguimos viabilizar, por meio do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente, a licença do Pedral do Lourenço. Com a licença, vamos poder fazer a obra do Pedral para retirar pedras da margem do rio, que prejudicam o escoamento de embarcações. São investimentos de mais de R$ 1 bilhão”, complementa Costa Filho.
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A hidrovia fica entre as cidades de Peixe, no estado tocantinense, e Belém, no Pará. Ela se estende por mais de 1,7 mil quilômetros. No entanto, atualmente, a capacidade fica reduzida neste trecho rochoso por aproximadamente 40 quilômetros.
“A análise ambiental é fundamental para o desenvolvimento sustentável do país e deve levar em consideração também o impacto positivo que uma hidrovia promove, reduzindo tráfego nas rodovias e emissão de gases de efeito estufa”, pontua o secretário de Hidrovias e Navegação, Dino Antunes.
Benefício econômicos
Como a hidrovia está situada na região do Cerrado – apontada como a maior produtora de grãos do Brasil – o canal dispõe de potencial para se tornar ainda mais relevante em âmbito nacional.
De acordo com o MPor, a partir da conclusão da dragagem e derrocamento do Pedral do Lourenço, o estado do Tocantins terá condições de movimentar mais de 20 milhões de toneladas por ano, o que fortalece a economia, sobretudo por meio do setor agro. “Isso significa reduzir custo logístico. Isso vai ajudar no escoamento da safra brasileira e na competitividade do agronegócio do país”, projeta o ministro Silvio Costa Filho.
Fonte: Brasil 61