Retrocedendo cinquenta anos: sonhar e realizar é possível!
Lições da História!
Por Cleverson Israel 17 min de leitura
Em 30 de abril de 1975 as forças comunistas viet congs mostraram que não é absurdo e nem tarde sonhar. A chamada Guerra do Vietnã durou de 1° de novembro de 1955 a 30 de abril de 1975. A guerra abarcou territórios do Vietnã, Laos e Camboja. O Vietnã do Norte, comunista, lutava pela unificação e anexação do Vietnã do Sul. O Vietnã do Norte era apoiado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e pela China. O Vietnã do Sul era apoiado pelos Estados Unidos da América, Austrália e Tailândia. Os viet congs viam a 2ª Guerra da Indochina (Guerra do Vietnã) como uma continuação da 1ª Guerra da Indochina, esta, uma guerra contra o colonialismo francês, em que a França saiu derrotada em 1954. Ambas as guerras foram de alta letalidade para os envolvidos, sobretudo para os autóctones. Tendo como pressuposto a teoria do efeito dominó, na década de 60 os norte-americanos aumentaram a densidade de sua presença militar na região. O objetivo visado, entretanto, não foi galgado. Em clima de contracultura e de forte mobilização política de viés social, além das muitas baixas em campo de batalha, em 15 de agosto de 1973 os Estados Unidos da América se retiraram da guerra. Graças a isso, em 30 de abril de 1975, sob a liderança ideológica do então já falecido Ho Chi Minh (1890-1969), os viet congs conquistaram Saigon, perfectibilizando a base da proposta político-econômica para a nação vietnamita. Foram perpetrados crimes de guerra terríveis, como o uso de armas químicas. Entre 1944 e 1945 houve fome severa, por uma infeliz combinação de fatores, como mau tempo e exploração francesa e japonesa. Dois milhões de vietnamitas teriam morrido de fome por conta desta situação. Desde 1850 o Vietnã era colônia da França. A partir daí, toda a história desse país se liga a uma luta ininterrupta e renhida contra o colonialismo ocidental. O curioso é que as ferramentas conceituais viabilizadoras da libertação política do mencionado país asiático são, igualmente, importadas do mundo ocidental, estou a me reportar ao marxismo-leninismo. É cabuloso que um país com as dimensões geográficas, populacionais, tecnológicas e econômicas do Vietnã tenha conseguido vencer uma guerra dessa proporção. Foi, indubitavelmente, uma guerra por procuração. O mundo estava em transformação e ebulição. Ho Chi Minh chegou a ser preso pelo partido de direita chinês quando ainda a China estava sob o domínio britânico. O que mais se aproxima disso é a narrativa da luta de Davi contra Golias, segundo o texto bíblico. Sonhar é um direito, e é possível concretizar nossos anseios mais profundos. O que ocorre é que sempre há um preço a pagar. Laborar pela concretização de uma sociedade socialista é algo que se faz cotidianamente. Estamos em meio a uma verdadeira guerra cultural. E nós, socialistas, vamos vencer. Haverá um dia, no Brasil e em todos os países do mundo, em que o Sol se erguerá, e não haverá uma única injustiça na face da Terra. Essa vitória não implicará tanto sangue derramado, quanto discurso, debate, conscientização e esclarecimento. É, no fundo, a luta do pensamento estruturado contra a barbárie. A mudança seguirá o despertar das consciências. Quando tomarmos decisões políticas mais por entendimento, e menos por medo, receio ou ameaça, começará a virada. Uma consciência esclerosada pelo conservadorismo é como um elefante preso por fios de algodão. Os exploradores têm a perder: o voto e o dinheiro. Nós, contudo, não temos nada a perder, senão nossos grilhões. Com os créditos a Marx e Engels. Sempre que o improvável ocorre, lá está a persistência e a resiliência. Essa é a escola pela qual devemos passar. A falta de paridade de armas continua: nossa batalha acontece na seara cultural, exatamente quando toda a mídia, quando os meios de produção e circulação da notícia, se acham nas mãos dos bilionários. Eles, costumeiramente, detêm os instrumentos pelos quais se alcança a vitória, e de que nos achamos despojados. Daí a necessidade de nos empenharmos numa militância comprometida e aguerrida, num verdadeiro trabalho capilar de formiga. A mentira se combate com a verdade. A verdade, por sua vez, não é uma simples declaração a respeito de um objeto ou circunstância presente no mundo. A verdade é como um documento que se chancela com o testemunho da própria vida, é algo que nasce provisório e se consolida pelo martírio diário de quem não se cansa para fazer duma ideia uma realidade concreta. A verdade é o culto alçado pelo sacrifício. No holocausto da verdade o que se queima é a tentativa de ganhar a vida. O próprio Cristo foi claro, é perdendo a sua vida que o homem conquista a vida eterna. O prêmio da corrida é auferido por aquilo que se faz e por aquilo que se renuncia. Corramos a boa corrida. Fazendo isto encontraremos a luz!