Região se destaca com um dos polos de inserção internacional
Os dados são de estudo liderado pelo Observatório Fiesc
Por Da Redação 13 min de leitura
Ao todo, são 10,7 mil estabelecimentos industriais
Fatores históricos, estruturais e econômicos aceleraram a industrialização da região Norte de Santa Catarina, e permitiram o desenvolvimento de cadeias produtivas complexas e diversificadas. Esses componentes contribuem para explicar a elevada internacionalização das indústrias da região, evidenciada pelos quatro polos industriais de inserção internacional localizados no Norte catarinense, a maior densidade registrada no Estado. Em 2024, a região exportou US$ 4,97 bilhões.
Os dados são de estudo coordenado pelo Observatório Nacional da Indústria e liderado pelo Observatório Fiesc, que mapeou os polos industriais por mesorregiões dos Estados brasileiros. O Norte de Santa Catarina é tema da primeira matéria da série sobre cada uma das seis mesorregiões catarinenses. De acordo com análise, a região conta com polos internacionais nos segmentos de equipamentos elétricos; máquinas e equipamentos; madeira e móveis e papel e celulose. Ao todo, são 14 polos internacionais no Estado.
Desde a imigração
“Essa região tem uma cultura muito industrial, desde a imigração. A diversidade de setores, a capacidade de inovação e a valorização da formação profissional são características do Norte do estado”, explica Gilberto Seleme, presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc).
A região conta com 10,7 mil estabelecimentos industriais, que empregam mais de 213,8 mil pessoas. Joinville é a cidade com o maior número de indústrias entre os municípios do Norte, com quase 4 mil empresas e 89,3 mil trabalhadores formais. Jaraguá do Sul é o segundo, com 1,6 mil indústrias e 39,7 mil empregados no setor, seguido por São Bento do Sul, com 763 estabelecimentos e 14,5 mil trabalhadores industriais. A indústria é responsável por 38,1% do PIB da região.
Rede logística
Para o coordenador do estudo, Marcelo de Albuquerque, a região conta ainda com uma rede logística robusta, incluindo rodovias e acesso a portos de grande capacidade, essenciais para o escoamento da produção para o exterior a um custo logístico competitivo.
“Regiões com polos internacionais também atuam como centros estratégicos de produção, inovação e capacitação, fomentando o crescimento de segmentos específicos e estimulando a economia local, inclusive o setor de serviços e o comércio”, destaca.
Exportações
São Bento do Sul, Campo Alegre e Rio Negrinho configuram o maior polo exportador de móveis do país. Apesar da situação conjuntural do tarifaço dos Estados Unidos ainda se manter sobre alguns produtos brasileiros, indústrias como Três Irmãos e Móveis Katzer estão entre as maiores exportadoras de móveis do país. A Três Irmãos produz para 20 marcas globais – como Ikea. A Katzer atende a mais de 15 países na Europa, Ásia, América do Norte e América do Sul.
“O polo moveleiro de São Bento do Sul conquistou o mercado internacional com investimentos permanentes em tecnologia e processos para melhorar sua eficiência e ganhar competitividade. A sustentabilidade, a inovação e o cuidado no trabalho com a madeira completam os diferenciais que fazem do polo o maior exportador de móveis do Brasil”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias da Construção e do Mobiliário de São Bento do Sul (Sindusmobil), Luiz Carlos Pimentel.
Três Barras
O destaque do polo internacional do setor de papel e celulose é a fábrica de papel da Smurfit Westrock Brasil, maior produtora de papel kraftliner da América Latina, localizada em Três Barras e que abastece, além do mercado nacional, clientes no Paraguai, Argentina, Chile, Equador e África do Sul.
Foto Sindusmobil/Divulgação
