Boletim da Fiocruz revela que número de casos de SRAG continua elevado em vários estados, apesar da tendência de queda
Apenas o estado do Amazonas apresenta incidência da Síndrome Respiratória com sinal de crescimento na tendência de longo prazo
Por Jornal Liberdade 11 min de leitura
O novo Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na quinta-feira (24), aponta que há sinal de queda nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em nível nacional. No entanto, o número permanece elevado, com indicação de alto risco, mas sem sinal de crescimento na tendência de longo prazo, nos estados de Roraima, Pará, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Outros estados que seguem esta tendência são Acre, Alagoas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Rondônia e Sergipe.
De acordo com o boletim da Fiocruz, apenas o estado do Amazonas apresenta incidência da Síndrome Respiratória com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (que são as últimas seis semanas epidemiológicas) até a semana 29, de 13 a 19 de julho. Entre as capitais, apenas Campo Grande (MS) apresenta nível de atividade da doença em alerta, em risco ou em alto risco com sinal de crescimento.
Mesmo com tendência de queda na maior parte do país, os casos da Síndrome entre crianças pequenas, associados ao vírus sincicial, ainda permanecem em níveis elevados de incidência em boa parte das unidades, com exceção do Amapá, Distrito Federal e Tocantins. Em relação aos idosos, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave associados à influenza A seguem em níveis de incidência de moderado a alto em muitos estados das regiões Centro-Sul, além de alguns estados do Norte, e do Nordeste.
Este cenário se deve à redução, na maior parte do país, do número de hospitalizações por influenza A e vírus sincicial respiratório. Entre os óbitos com resultado laboratorial positivo nas últimas quatro semanas, 63,2% foram por influenza A.
A pesquisadora da Fiocruz, Tatiana Portela, faz uma análise do último levantamento.
“Apesar de a gente estar observando aí uma queda dos casos de SRAG tanto pelo vírus da influenza A quanto pelo VSR, em boa parte do país, a gente ainda continua observando um aumento dos casos de SRAG especificamente nas crianças pequenas, em alguns estados, como nos estados do Amazonas, Rio Grande do Norte e também em Roraima, onde esse aumento de SRAG nas crianças pequenas tem sido causado pelo vírus sincicial respiratório. A gente também tem observado um aumento dos casos SRAG na população mais idosa no estado do Pará. Mas a gente ainda não consegue identificar qual o vírus tem sido responsável por esse aumento de casos na população idosa nesse estado”.
No ano epidemiológico de 2025 já foram notificados 139.323 casos de SRAG, sendo 73.905 (53%) com resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 46.726 (33,5%) negativos e cerca de 9.314 (6,7%) aguardando resultado laboratorial. Dentre os casos positivos do ano corrente, observou-se que 26,5% são de influenza A, 1,1% de influenza B, 46,1% de vírus sincicial respiratório, 22,7% de rinovírus e 7,1% de Sars-CoV-2 (Covid-19).
Fonte: Brasil 61