Governo nega intenção de proibir produção de tilápia no país
“não existe plano ou proposta para sua interrupção”.
Por Jornal Liberdade 6 min de leitura
O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) esclareceu que não há qualquer proposta para interromper o cultivo de tilápia no país. O comunicado foi emitido após rumores surgirem quando a ministra Marina Silva mencionou que a espécie é considerada invasora.
De acordo com a Pasta, mesmo que a tilápia seja incluída na nova Lista Nacional de Espécies Exóticas Invasoras, atualmente em análise pela Comissão Nacional de Biodiversidade (Conabio), isso não resultará em proibição de criação. O MMA reforçou que o Ibama, órgão responsável por autorizar o cultivo de espécies exóticas na aquicultura, mantém a liberação para a atividade e que “não existe plano ou proposta para sua interrupção”.
A inclusão de uma espécie na lista, explicou o ministério, tem caráter técnico e preventivo, servindo de referência para políticas de preservação ambiental, sem implicar restrições automáticas. A votação da nova lista está prevista para dezembro e deve incluir, além da tilápia, espécies como eucalipto, pinus, camarão vannamei e braquiária, utilizadas em pastagens.
O setor produtivo reagiu com preocupação. A Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) afirmou que a classificação da tilápia como “invasora” poderia gerar insegurança e prejuízos a milhares de famílias que dependem da piscicultura. O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Pedro Lupion (PP-PR), criticou a proposta, chamando-a de “piada de mau gosto”.
Representantes do setor defendem que a tilápia é parte consolidada da aquicultura nacional e que eventuais mudanças devem considerar os impactos sociais e econômicos. Em 2024, o Brasil produziu 662,2 mil toneladas do peixe, o que corresponde a 68% da produção nacional de peixes cultivados, segundo dados do setor.
