Página Inicial | Geral | Atraso escolar cai, mas ainda afeta milhões de crianças e jovens no Brasil

Atraso escolar cai, mas ainda afeta milhões de crianças e jovens no Brasil

Nacional

Por Jornal Liberdade 5 min de leitura

Eles representam 12,5% das matrículas no país, segundo o Unicef

O Brasil ainda enfrenta um grande desafio com o atraso escolar. Segundo o Censo Escolar 2024, analisado pelo Unicef, 4,2 milhões de estudantes — 12,5% das matrículas — estão dois anos ou mais atrasados na escola. Em 2023, eram 13,4%. Apesar da melhora, persistem desigualdades raciais e de gênero: a distorção idade-série atinge 15,2% dos alunos negros contra 8,1% dos brancos; e 14,6% dos meninos frente a 10,3% das meninas. Para o Unicef, o atraso não é culpa exclusiva do estudante, mas reflexo de fatores sociais e estruturais que exigem ação conjunta de famílias, governos e escolas. A entidade alerta que a defasagem aumenta o risco de abandono escolar e reforça a necessidade de ouvir os alunos e compreender suas realidades. Em 2022, pesquisa mostrou que um terço dos adolescentes sente que a escola desconhece sua vida familiar, o que dificulta vínculos e permanência. Apesar disso, o país avançou: em 2024, 56% da população adulta possui ensino médio completo, contra 46,2% em 2016. Maior escolaridade amplia participação cidadã e salários — um diploma superior pode mais que dobrar ganhos. Para enfrentar a cultura do fracasso escolar, o Unicef desenvolve, em parceria com o Instituto Claro e apoio da Fundação Itaú, a estratégia Trajetórias de Sucesso Escolar, voltada à elaboração e monitoramento de políticas públicas que melhorem o aprendizado e evitem evasão.