A 25ª Sessão Ordinária da Câmara de Vereadores de Papanduva, realizada em 16 de setembro, mostrou que o Legislativo municipal continua cheio de demandas urgentes, mas anda a passos lentos. Enquanto a pauta inclui grandes temas – como Plano Plurianual 2026–2029, Regularização Fundiária e Educação Especial –, o dia a dia revela questões básicas que seguem sem solução, como iluminação pública e condições salariais de servidores.
Pequenas luzes, grandes sombras
O caso mais emblemático foi o da iluminação pública. O vereador Branco (PP) pediu a troca de lâmpadas queimadas na Rua Severo de Almeida, em frente à casa de um morador. Já Adeniz Humenhuka (PSD) cobrou luminárias de alta eficiência em frente à Escola Municipal Prefeito Rubens Alberto Jazar. Pedidos legítimos, mas que revelam um problema maior: um município não pode depender de indicações individuais para garantir o mínimo de segurança e dignidade em suas vias públicas.
Fundos para crianças e adolescentes: menos burocracia
A vereadora Marli Meireles Prestes de Luca (PP) conseguiu aprovar, em primeira discussão, mudanças na Lei Ordinária nº 2.140/2017, que trata da captação de recursos para o Fundo dos Direitos da Criança e do Adolescente. A alteração permite que doadores indiquem diretamente quais projetos receberão os recursos. É um avanço para entidades que lutam com a burocracia e, se bem fiscalizado, pode acelerar investimentos importantes.
Freio na Regularização Fundiária
A vereadora Mariângela Silveira Senna (MDB) usou o regimento interno para travar, ao menos por uma sessão, a votação do projeto que altera a Lei nº 2.162/2018, sobre Regularização Fundiária. Alegou que o texto está confuso e não esclarece a faixa de renda dos beneficiários. O gesto mostra a importância de cautela: regularização é necessária, mas precisa de critérios transparentes para evitar injustiças.
Servidores invisíveis
O vereador Edival Iglicoski (PL) trouxe um tema incômodo: auxiliares de serviços gerais do município recebendo menos que um salário mínimo. Chamou a situação de “desumana” e garantiu ao sindicato acompanhamento do caso. A denúncia expõe um problema estrutural – a precarização dos servidores mais vulneráveis – e coloca pressão sobre o Executivo para agir.
Grandes anúncios, velhas promessas
Enquanto isso, o governador Jorginho Mello esteve em Papanduva na quinta 11/9/2025 para um encontro com lideranças do Planalto Norte. Falou em investimentos em infraestrutura, saúde, conectividade e agricultura familiar. O discurso é conhecido: promessas amplas para problemas crônicos. A população espera que, desta vez, não fique só no discurso.
Tudo no Improviso
A sessão de 16 de setembro mostra um Legislativo com pautas relevantes, mas muito tempo ainda gasto com demandas básicas. É positivo ver vereadores atentos às leis e fundos, mas é urgente que a Prefeitura assuma de vez serviços essenciais, evitando que cada lâmpada ou cada salário precise virar pauta de sessão. O Executivo precisa se antecipar às necessidades da população; o Legislativo, por sua vez, deve cobrar mais planejamento e menos improviso.
