GAECO de SC apoia megaoperação contra fraude bilionária no mercado de combustíveis
Ação nacional cumpre mandados em oito estados e investiga ligação de facção criminosa com adulteração de combustíveis e lavagem de dinheiro
Por Jornal Liberdade 10 min de leitura
Na manhã da quinta-feira (28), o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), coordenado pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), participou da Operação Carbono Oculto, deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) para desarticular um esquema bilionário de fraude no setor de combustíveis.
Em Santa Catarina, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão nas cidades de Itajaí e Criciúma. A ação foi autorizada pela Justiça paulista e inclui ainda a quebra de sigilos bancário e fiscal, além do sequestro de bens e valores dos investigados.
Megaoperação nacional
A força-tarefa conta com cerca de 1.400 agentes do MPSP, Ministério Público Federal, Polícia Federal, Polícias Civil e Militar, Receita Federal, Secretaria da Fazenda paulista, Agência Nacional do Petróleo (ANP) e outros órgãos. As diligências ocorrem em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina.
A investigação é um desdobramento da Operação Boyle, deflagrada em abril pela Polícia Federal em parceria com o GAECO-SP, que apura a utilização irregular de álcool metílico (metanol) para adulteração de combustíveis.
Esquema fraudulento e riscos à população
Segundo o MPSP, uma facção criminosa com ramificações no setor econômico estaria associada a organizações que utilizam o mercado de combustíveis e o sistema financeiro para lavagem de dinheiro e outras práticas ilícitas.
O metanol, altamente inflamável e tóxico, seria importado pelo Porto de Paranaguá (PR) e desviado para postos e distribuidoras sem cumprir normas de segurança, colocando em risco motoristas, pedestres e o meio ambiente.
As fraudes foram detectadas em mais de 300 postos, envolvendo:
- Fraude quantitativa: consumidor paga por volumes menores do que o registrado na bomba;
- Fraude qualitativa: combustíveis adulterados fora das especificações da ANP.
Além disso, ex-proprietários de postos relataram que não receberam valores de venda de seus estabelecimentos e sofreram ameaças de morte ao tentar cobrar.
Lavagem de dinheiro e sonegação bilionária
Os lucros ilícitos teriam sido lavados por meio de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs controladas pelo crime organizado, dificultando o rastreamento. Segundo as investigações, o valor sonegado supera R$ 7,6 bilhões, que agora serão alvo de bloqueio judicial pelo Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de São Paulo (CIRA/SP).
GAECO em Santa Catarina
O GAECO é uma força-tarefa composta pelo Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, com atuação voltada para a identificação e combate às organizações criminosas.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social do MPSC (com informações do MPSP).
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