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O político pangaré

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Por Jornal Liberdade 8 min de leitura

Comparar o Congresso Nacional com um circo, atualmente, não chega a ser um absurdo, um desrespeito ou uma desconsideração com a instituição, mas é uma triste realidade, tal é o comportamento indecoroso e circense da grande parte de seus membros.

Instituição em que, por exemplo, já atuou o insigne Rui Barbosa, que tratava a pátria com o maior respeito, assim como Ulysses Guimarães, “o senhor diretas”, hoje é frequentada por políticos de rasa qualidade, como é o caso do deputado Gilvan da Federal (PL-ES), que teve seu mandato suspenso pela Comissão de Ética da Câmara Federal.

O deputado Gilvan da Federal é um desses parlamentares folclóricos, nauseabundos e metidos a valentão, da tropa de choque do PL, que costuma se paramentar com a bandeira nacional no Congresso.

Pois bem, não faz muito tempo, o deputado chamou o presidente Lula de ladrão e, durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública, desejou a sua morte:

“Eu quero mais que o Lula morra, quero que ele vá para o quinto dos infernos, é um direito meu. Não vou dizer que vou matar o cara, mas eu quero que ele morra, que vá para o quinto dos infernos. Nem o diabo quer o Lula, por isso que ele está vivendo aí. Superou o câncer. Tomara que tenha uma taquicardia, porque nem o diabo quer a desgraça desse presidente que está afundando o País”, disse Gilvan.

Vejam que até o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reprovou a atitude indigna e prepotente do parlamentar.

Mas o comportamento grotesco e incivilizado do referido deputado não é um caso isolado no Legislativo. Ocorre em parcela considerável de parlamentares, especialmente em momentos inflamados de divergências entre seus membros.

Todavia, os parlamentares, de forma equivocada, pensam que a investidura no mandato político lhes confere o direito de proferir ofensas.

A imunidade parlamentar não é absoluta e ilimitada. As manifestações críticas devem ser respeitosas e observar os princípios éticos e morais. Quem acusa alguém, por exemplo, de ser ladrão, tem o dever de provar; senão, ficará sujeito às cominações legais.

O deputado Gilvan não reúne condições éticas e morais para permanecer no Parlamento. A cassação de seu mandato deveria ser a providência mais sensata.

Júlio César Cardoso

Servidor federal aposentado

Balneário Camboriú-SC